Embora o processo de mudança nas cores dos cabelos já seja um tratamento comum e muito buscado nos salões de beleza, sobretudo pelas mulheres, a colorimetria segue sendo um dos maiores desafios para os cabeleireiros profissionais.
Isso porque evitar equívocos nesses procedimentos requer conhecimentos sobre os conceitos e definições dessa área de tratamento capilar, como fundo de clareamento.
Mas, afinal, o que é fundo de clareamento?
Fundo de clareamento é o resíduo da cor natural do cabelo que permanece quando parte dessa cor natural é “retirada”. Ele é obtido na medida em que o cabelo, durante um processo químico, é clareado.
Em outras palavras, podemos dizer que o cabelo passa por estágios de cor de fundo, e, para elas, damos o nome de fundo de clareamento. Essa transformação começa em um tom vermelho profundo e pode alcançar até um amarelo muito claro.
Por isso, é essencial considerar que, onde aplicamos uma coloração, existe outra cor, que se transforma em um reflexo e influencia o resultado final desse procedimento.
Altura de tom
É importante lembrar que, quanto maior for a liberação de oxigênio, mais claro será o fundo de clareamento. Além disso, existe uma ligação exata entre cada tonalidade de fundo de clareamento, com uma cor exata de altura de tom dos cabelos.
Altura de tom diz respeito a quão claro ou quão escuro um cabelo é.
Esses tons são organizados em uma escala de números, que variam de 1 a 10, que, de certa forma, mede a cor dos cabelos de acordo com a quantidade de pigmentos encontrados nos fios. As alturas de tom variam do preto (1) ao louro claríssimo (10).
Sendo assim, para resolver os problemas de coloração, é essencial chegar ao fundo de clareamento. Em seguida, definimos qual técnica de coloração deve ser usada no cabelo em questão – matização, neutralização ou tonalização.
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Diante de um mercado consumidor cada vez mais exigente, mesmo os tratamentos capilares mais comuns, oferecidos pelos salões de beleza de forma geral, precisam ser realizados com mais atenção e cuidado pelos profissionais que atuam nesses ambientes. Afinal, um resultado frustrante prejudica a imagem de qualquer um.
Por isso, é cada vez mais comum que o tratamento dos cabelos seja feito com base na terapia capilar, ciência que possibilita o diagnóstico e tratamento adequados dos problemas encontrados tanto no cabelo, quanto no couro cabeludo.
Nesse artigo, ajudaremos você a entender como fazer esse diagnóstico, também conhecido como análise capilar. Vamos lá?
Converse com o cliente e use seu conhecimento
Fonte: Masterview
Um correto diagnóstico da situação do cabelo é o primeiro passo da terapia capilar. Para fazê-lo, é fundamental que o cabeleireiro profissional tenha, no mínimo, noções básicas de Tricologia.
A Tricologia, do grego thricos (cabelos) + logos (estudo), é um ramo da ciência que surgiu na Inglaterra, em 1902. Ela permite que o cabeleireiro profissional identifique e solucione muitos dos problemas encontrados no cabelo e no couro cabeludo, contribuindo e estimulando a qualidade de vida dos clientes do seu salão.
Com uma base sólida de conhecimentos nessa área, é possível realizar o procedimento conhecido como “anamnese”. Basicamente, é o momento em que o cabeleireiro conversa com o cliente.
Nessa etapa de consulta ao cliente, você pode coletar informações precisas, que vão ajudá-lo a determinar o estado do cabelo e do couro cabelo, além de elaborar um protocolo de tratamento correto e eficaz.
Por fim, você também pode utilizar uma câmera que amplie a imagem 250 vezes ou mais, como a exibida na imagem ao lado. Esse tipo de equipamento fornece uma imagem precisa e sem o que chamamos de “aberrações cromáticas”.
Explique e combine com o cliente o que será feito
Antes de dar início a um tratamento, sempre explique ao cliente todos os procedimentos que serão realizados, inclusive os testes – sobre os quais falaremos no tópico a seguir. Se houver qualquer dúvida sobre o resultado final do trabalho proposto, o cliente deve ser informado.
Nessa etapa, é recomendada a utilização de um ficheiro de diagnóstico, para registar todos os aspectos da análise capilar.
Dependendo do procedimento que será realizado, o mais adequado é pedir ao cliente que assine um documento, declarando que concorda com o modo de atuação sugerido e que tem conhecimento de quaisquer reservas que possa ter.
Faça testes para validar suas observações
Os sentidos de visão, olfato e tato são uma fonte de informação para o cabeleireiro experiente. No entanto, são necessários testes diretos e adicionais para confirmar o estado do córtex capilar, a porosidade do cabelo, qualquer sensibilidade alérgica a um produto e a presença de químicos, aplicados em tratamentos anteriores.
Vamos conhecer alguns deles?
Com uma câmera que amplia a imagem do cabelo em até 1000x, é possível observar minuciosamente o couro cabeludo. Fonte: dinolite.com.br
Teste de porosidade
A porosidade é uma capacidade do cabelo em absorver a humidade. O cabelo danificado – normalmente carregado de forma negativa – será altamente poroso, com as camadas da cutícula aberta expondo o córtex capilar interior.
O cabelo nesse estado tem um aspecto baço e seco, e pode ser quebradiço. Quanto mais poroso for, mais rapidamente um tratamento terá efeito e o tempo de processamento deverá ser ajustado de acordo.
O ideal é cortar o cabelo danificado e muito poroso antes de realizar uma coloração ou permanente. Por vezes, a porosidade varia, o que é particularmente comum no cabelo longo, com raízes de maior oleosidade e pontas secas.
Para fazer esse teste, com uma mão, segure o cabelo ou grupo de fios pela ponta da haste capilar. Com a outra mão, deslize o polegar e o dedo indicador, desde as ponta, até a base. Avalie a rugosidade ou suavidade do cabelo, utilizando as seguintes indicações para determinar um modo de ação:
Suave e brilhante – A cutícula é densa e forte. O cabelo com baixa porosidade pode ter falta de hidratação e resistência ao tratamento;
Ligeiramente áspero – normalmente, indica um cabelo saudável e normal;
Áspero;
Demasiado poroso – o cabelo pode ter sido tratado anteriormente. Utilize um produto de pré-condicionador;
Muito áspero, quebradiço e seco – indica cabelo danificado, que pode ser o resultado de demasiados trabalhos técnicos e ferramentas térmicas. Aplique um tratamento de reparação ou corte as partes danificadas.
Teste de diâmetro
O cabelo fino é, normalmente, mais propenso ao excesso de oleosidade ou a sobrecarga. Já o cabelo grosso, por sua vez, pode demorar mais tempo para reagir a um tratamento capilar.
A avaliação do diâmetro do cabelo vai fornecer informações úteis quando você optar por um tratamento de reparação, adicionar coloração ou ondulação.
Com a experiência, o toque do cabelo é normalmente suficiente, mas um calibrador irá testar com precisão o diâmetro do cabelo. Coloque um cabelo no medidor e leia a escala para determinar o tipo de cabelo.
Leve em consideração que o cabelo é, frequentemente, oval e ligeiramente achatado de perfil. Por isso, deverão ser realizadas várias leituras para analisar corretamente o diâmetro.
Realizando testes no cabelo do cliente, o cabeleireiro profissional consegue detectar diversos tipos de problemas. Fonte: Dinolite
Teste de elasticidade
A elasticidade do cabelo pode determinar o estado do córtex capilar, pois o cabelo bem hidratado é elástico.
Para testar a elasticidade, pegue num fio de cabelo com ambos os polegares e indicadores, e estique o cabelo – pode ser necessário tirá-lo da cabeça do cliente.
O cabelo saudável estica cerca de 1/3 ou mais do que seu comprimento e volta ao tamanho original. O cabelo danificado pode não voltar totalmente. Enquanto o cabelo seco ou quebradiço pode partir quando colocado sob tensão (esticado).
Use os resultados dessa análise para verificar se são necessários cuidados adicionais antes de qualquer tratamento capilar.
Teste de alergia
Em casos raros, um reação alérgica pode provocar vermelhidão, inchaço e bolhas. Por isso, um teste de alergia ou outro avaliação deve ser realizado antes da aplicação do produto, mesmo em clientes que já aplicaram coloração anteriormente.
Esse teste deve ser aplicado 48 horas antes da execução do tratamento químico propriamente dito, numa área de aproximadamente 1cm x 1cm, na parte interior do cotovelo do cliente.
Com um cotonete, aplique uma pequena quantidade de creme colorante – mais ou menos do tamanho de uma ervilha na região mais fina dessa área do corpo e deixe que ele atue por 45 minutos.
Passado esse tempo, remova o creme colorante com água morna. Se alguma reação ocorrer durante os 45 minutos ou nas 48 horas seguintes à aplicação, a cliente deve lavar esta zona imediatamente e não aplicar nenhuma coloração.
Este teste serve como uma importante precaução, mas é preciso considerar que, mesmo com a sua realização, é possível que o cliente sofra algum tipo de reação ao colorir o cabelo. Isso porque o teste de alergia não é uma garantia vitalícia, sendo recomendado consultar um médico especializado em caso de dúvida.
Teste de incompatibilidade e de sais metálicos
Alguns produtos que o cliente possa ter usado no cabelo, podem reagir adversamente aos químicos utilizados no seu salão.
Entre estes, os encontrados com mais normalmente são os restauradores de coloração, que podem deixar resíduos químicos de sais metálicos, fazendo com que o cabelo fique verde, úmido ou quebradiço, quando combinado com peróxido de hidrogénio ou agentes químicos similares.
É comum que o cliente esqueça ou mesmo não mencione a utilização de um produto. No contexto dos restauradores de cabelo, a terminologia sugere que o cabelo é verdadeiramente restaurado para a sua cor original. Porém, não é o caso.
Se houver suspeita de utilização anterior de um produto de base química ou se for possível que um tratamento anterior não tenha sido removido, faça o teste:
Misture 40ml de peróxido de hidrogênio de 20 volumes (6%) com 2ml de amônia;
Corte algumas amostras de cabelo do cliente (se certificando de que é da área suspeita) e prenda-as com algodão ou fita adesiva;
Coloque as amostras de cabelo na solução por 30 minutos;
Se o cabelo mudar de cor, se houver formação de bolhas ou a solução estiver quente, não realize qualquer procedimento com peróxido de hidrogênio.
Para um cabeleireiro profissional, é fundamental compreender todas as cores e identificá-las nas colorações, de forma a garantir o atendimento assertivo do que o cliente espera desse tipo de procedimento estético.
Para facilitar esse processo e a criação de cores de cabelo exclusivas no dia a dia, o cabeleireiro profissional pode utilizar uma ferramenta conhecida como “Estrela de Oswald”.
Como funciona?
A Estrela de Oswald é formada pelas cores primárias (amarelo, azul e vermelho), secundárias (verde, laranja e violeta), terciárias (amarelo-verde, amarelo-laranja, vermelho-laranja, vermelho-violeta, azul-violeta e azul-verde) e a soma de todas elas, que, na colorimetria capilar, resulta na cor marrom (a cor neutra).
Essas cores são divididas pela temperatura: de um lado temos as cores quentes (amarelo, amarelo-laranja, laranja, vermelho-laranja, vermelho e vermelho violeta) e as cores frias (violeta, azul-violeta, azul, azul-verde, verde verde e amarelo-verde).
Proporção x Altura
A numeração inserida em cada cor presente na Estrela de Oswald determina a altura de tom desejada da cor da cliente. Por meio da proporção das cores primárias, determinamos a altura do tom a ser alcançado com o processo de colorimetria capilar.
Já com a proporção das cores secundárias e terciárias, determinamos o reflexo proporcionado por uma mistura de tinturas, ou seja, suas nuances (quente, fria ou neutra) quando combinadas.
Assim, a Estrela de Oswald auxilia o cabeleireiro profissional a identificar qual coloração ele terá que usar para tonalizar mechas ou se precisará descolorir o cabelo para chegar a determinada cor, pelo fundo de clareamento obtido no processo de descoloração. Um exemplo disso é que, para se obter um tom chocolate no cabelo 7/7, o cabeleireiro não pode aplicar a coloração 7/7.
Conclusão
Com o uso correto da Estrela de Oswald, baseado nas leis da colorimetria, o cliente final tem seu desejo realizado: alcançar uma cor única e personalizada. Além disso, proporcionamos segurança no processo de clareamento e eficiência na escolha certa da cor, preservando também a saúde do cabelo.
Com essa prática o profissional cabeleireiro se beneficia de várias formas:
Cria cores personalizadas para suas clientes
Com precisão nas medidas faz-se a associação da coloração com a proporção exata de oxidante, além de fazer o uso correto obtendo a revelação de cor precisa na mistura não tendo desperdício.
Aspecto liso, selagem das cutículas, proteção e fortalecimento dos fios através da ação dos aminoácidos que evitam que os cabelos se quebrem, devido ao aumento da capacidade de retenção de água e a reposição de keratina; essas são algumas das vantagens que a linha de Tratamento Anti-Volume oferece, além da redução de volume (liso natural) e aumento do brilho.
Com o ativo revolucionário em recuperação da estrutura capilar e proteção proporcionam hidratação e reparação dos danos causados por químicas aos cabelos. Repõe a massa, devolve à elasticidade, emoliencia e brilho aos fios.
Step 1 – É considerado um “aditivo para coloração e descoloração”. Enquanto o processo químico é realizado, o ativo de Agi Plex se liga ao enxofre das pontes de dissulfeto para garantir a integridade do fio.
Step 2 – O ingrediente ativo G. Plex está presente em uma proporção menor, porém, complementares ao Step 1. Esse passo é um tratamento que também trabalha para reconstruir as pontes de dissulfeto e reparar o cabelo devolvendo a força, estrutura, integridade dos fios e garantindo o anti-emborrachamento.
A PH Cosméticos é uma distribuidora de cosméticos profissionais, com solução personalizada para seu salão de beleza e para você profissional. Consultoria e suporte técnico a disposição.